sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

CLARICE E EU

Não sei o que tem me acontecido. Ou uma TPM das bravas está me destruindo, ou o mundo está de mal comigo. Tudo que consigo pensar é que estou vivendo uma fase clariciana em minha vida.

Clarice Lispector
“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando…”

“Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada”

“É preciso coragem. Uma coragem danada. Muita coragem é o que eu preciso. Sinto-me tão desamparada, preciso tanto de proteção… Porque parece que sou portadora de uma coisa muito pesada. Sei lá porque escrevo! Que fatalidade é esta?”

domingo, 10 de janeiro de 2010

ÀS VEZES SOU ASSIM

Cansei de ser uma fonte provedora de energia, de todos acharem que você é a pessoa mais forte do mundo e, por conta dessa suposta força, podem te magoar à vontade. “Ela agüenta”. Engano. Para suportar a dor do mundo é preciso muito mais eficácia. Aqui, no meu cantinho, escondida em mim, choro. E muito. Quando me vêem aos prantos, ao invés de darem colo, o carinho que todos precisam, me sacodem, mandam ser forte, dar a volta por cima, me cobram algo que eu não sei por que acreditam que tenho. É como se eu não tivesse o direito de chorar, de ser fraca, de precisar de um ombro, de ser simplesmente EU. “Pára que você não é assim!”. E quem sabe como eu sou? Alguém olha dentro da concha? Sinto-me como uma ostrazinha, que tem aquela proteção enorme para evitar que algo muito frágil se machuque. Quero ter meus momentos de fraqueza e ter o direito de deixar a lágrima cair. Sou o porto seguro de muita gente, mas poucos conseguem ser o meu. Meu sonho de consumo é ser forte o suficiente para que tanta cobrança, por algo que não tenho, me faça sentir mais forte que me sinto ser... Quando penso sou assim. Brigo comigo para ser mais forte. Nem sempre consigo, mas eu tento ser...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

OS GRANDES SÃO OS MELHORES

Primeiro domingo do ano, eu e as amigas passamos na beira de uma piscina admirando o céu azul e petiscando. O papo? O trivial feminino. Quando o sol caiu, olhamos ao redor e decidimos usufruir daquele momento com outros seres agradáveis para alegrar nosso fim de noite. E porque não? Algumas pessoas têm nojo, preconceito, mas a gente não. Quando chegássemos lá eles estariam prontos e depois do trabalhinho – sim, dá muito trabalho se divertir - iríamos embora saciadas e limpinhas. Seria perfeito. Uma delas resolveu ficar em casa em cozinhar para o namorado. Eu e mais duas não: na rua seria bem melhor.

O serviço dobrado só começava a partir das 18h, no cair da noite, mas eu queria começar naquele instante. Estava tensa e fiquei com vergonha, mas o que os outros tinham a ver com isso? Levantei o dedo. Era o pedido. Quando ele chegou pedi para mudar de lugar. Subiu uma quenturinha e eu precisava de mais espaço, de ar puro.

Ele tinha uma das maiores bocas que já vi na vida. Grande, carnuda e deliciosa, mas resolvi começar pelas pernas. Elas eram razoavelmente grossas e muuuuuito cabeludas. Não gosto de pêlos e isso me incomodou, pois na hora de passar a mão e dar uma lambidinha era um pouco nojento, mas o resultado compensava aquele sacrifício. No estabelecimento ao lado eles eram devidamente depilados. Da próxima vez irei lá.

Não sei se aquela cor avermelhada, e linda, era natural dele ou proporcionada por alguma anomalia. Suas costas eram robustas, delineadas, e dava gosto passar a mão ali. Em breve estaria me deliciando nela. Minhas amigas, é óbvio, mal piscavam os olhos, mas nem ousavam passar a mão em minha propriedade. Existem algumas coisas na vida pelas quais a gente mata e morre. Essa é uma delas, não tenham dúvida.

Depois de me saciar com as pernas, enfim, fui para a boca. A sede ao pote foi tão forte que machuquei meus lábios e língua. Era melhor ir devagar ou até o final da noite ele teria me deixado aos pedaços. Comecei a bater nele para ver se facilitava e percebi que não era uma questão de força, mas de jeito para conseguir manuseá-lo melhor. Resolvi alternar entre chupar a carne que trazia na boca e mordê-la, para não cansar, afinal, nunca vi uma boca tão boa de ser tocada.

18h. Enfim chegou a hora do serviço dobrado. Minhas amigas puderam colocar a mão na massa e eu poderia repetir a dose. Agora eles eram 6 para 3 de nós. Aí foi uma fartura só. Eram pernas, bocas, pêlos, porradas, chupadas, lambidas, olhos revirando e eu... Cansei. Acreditem. No terceiro eu enjoei e não agüentava nem olhar para aquelas costas que outrora tanto me atraíram.

Boa amiga que sou, fiquei lá fazendo companhia às meninas. No intervalo entre um e outro a gente até conversava, mas quando eles chegavam começava a terapia. Sim, quando precisar de um psicólogo pode procurar por eles. Com certeza as mulheres vão gostar e homens também vão lá. Tem para todos os gostos.

De repente, o telefone tocou e uma das meninas atendeu de boca cheia e mãos sujas. Como disse, é algo muito prazeroso de fazer, mas extremamente nojento de ver alguém com a boca na botija, com a mão na massa. Depois de mim, as duas pediram mais 3 serviços dobrados. No finzinho, confesso, até passei a mão na perna de um deles. Minha amiga é boazinha, eu que sou olho grande.

Na quarta-feira volto lá, tem outras opções dobradas para se deliciar. Dessa vez não me restringirei aos crustáceos, caranguejos sarados dourados na panela, mas vou usar e abusar de todos os frutos do mar