Acho tão engraçado quando abro o Orkut que vejo a frase da “sorte do dia”. A minha já se repetiu pelo menos umas 14.523 vezes (alguém tem o e-mail da gerenciadora do Orkut para eu mandar algumas sugestões de frases novas?). Tudo bem que algumas pessoas precisam de mensagens de autoajuda para começar o dia bem. Eu não. Gosto mesmo é de apertar, inconscientemente, o “soneca” (ô botãozinho bom), levantar desesperada, atravessar o chuveiro, me lambuzar de hidratante, passar a mão no cabelo (quem me dera!) e sair correndo para enfrentar um congestionamento digno da Av. Paulista, da Paralela até a Federação. Ufa!!! Sentiu meu suor escorrendo? Me diga aí, velho (com todo sotaque que só a Bahia me permite): tem graça começar o dia sem ter xingado a décima geração de alguém no trânsito? Que me perdoem os comportados, mas de vez em quando faz bem. Ahhhhh!!! Só ando de janela fechada, juro. Ninguém nunca ouviu, o que não inclui os meus caronas. Um colega de trabalho garante que atualiza seu vocabulário de baixo calão quando me vê dirigindo. É vergonhoso para uma “mocinha”? Ai, gente, não me orgulho disso... A certeza que tenho é que funciona como técnica desestressante. Mas não coloco o rosto para fora da janela. Isso aí já é demais e pode gerar problemas maiores que engolir certos sapos... Gosto mesmo é das coisas escondidinhas. É mais gostoso, até porque não dou a chance de o ofendido retribuir os elogios. Me isolo no frio do ar condicionado para poder esquentar a cabeça com os homens (sim, vocês homens!). Os bailarinos do trânsito insistem em saltitar pelas faixas bem pintadas pela prefeitura sem sinalizar. Isso quando as lanternas traseiras funcionam. Se o carro for daqueles usados para transportar alimentos no fundo, eu saio até de perto. Porque, além de a lanterna não funcionar, o condutor (que sempre é do sexo masculino – pura coincidência!!!!!) acha que pode dar sinal com a mão. Coloca o bração de baiana de acarajé (com todo respeito à profissão) pra fora, vai sacudindo seu membro superior esquerdo e invadindo a pista. Acho o máximo quando é o carona quem faz isso. Juro! Pense na solidariedade dessa pessoa metida a lanterna: “Deixa que eu sinalizo, irmão”. No ônibus, então... Já vi passageiros fazendo isso. É a síndrome do vaga-lume. A traseira do veículo não pisca, aí a pessoa quer sinalizar com o que não é sinalizável. Tudo bem que esse gesto é semiótico e eu entendo perfeitamente o que o coleguinha demente da frente está tentando dizer. Mas irrita. Acidentes bobos poderiam ser evitados. E o pior é que se você não fizer a leitura correta, e a tempo, do que o sobaquento quer dizer, ele ainda pode te acusar de ter quebrado o pisca dele. Não dizem que quem bate no fundo está errado? Pense na falta de noção! Por isso, amigos, quando vejo um sobacão pendurado na janela, já sei que aquele sapo vai mudar de faixa e pular na minha frente. É hora de cair fora.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Penso, logo brigo
Parece que, enfim, minha mente pensa novamente। Pensante, óbvio, resolvi deixar os dedos desenharem o que não tenho espaço para falar. Pensando, tendo o que falar e o que escrever, lógico, preciso de algum lugar para colar essas letrinhas. Blogada, preciso de alguém para ler e é por isso que você está neste blog e não em outro site. Não que aqui você vá se surpreender, mas, no mínimo e com certeza, vou mexer com você. Não quero que me adore, mas também não precisa me detestar. Gosto dos que não que não gostam de mim. Esses têm argumento. Não pretendo, aqui, ser “mono” nada. Adoro o significado das palavras “poli” e “multi”, pois é assim que me sinto e é assim que quero que me leiam. Não sou um livro, mas pretendo ser folheada, dedilhada, esmiuçada, questionada. Quem não gostar não precisa ler. O que não faltam são letras desconexas em outros sites, blogs, portais, etc. etc. etc. O que eu vou postar? Estou decidindo nesse exato momento. Lá vai: um dia posso postar toda minha indignação à Operação Chumbo Grosso, na qual Israel bombardeou a Palestina por 22 dias sem retaliação de nação alguma – aliás, vocês sempre vão ler sobre isso. No outro dia – ou quem sabe na outra semana? –, posso sentir vontade de escrever sobre a dificuldade de esfumaçar uma sombra, ou quem sabe ainda pode ser mais interessante falar sobre a dificuldade, e necessidade, de nós, mulheres, delinearmos o olho com uma precisão quase cirúrgica. Não me digam mentirosamente que nunca sentiram uma pontinha de inveja do olho pintado com meticulosa perfeição das mulheres do filme The Spirit? Para que raios alguém precisa de um olho pintado milimetricamente? Simples. Para ficar linda! Quem não quer ser linda? Eu quero. É claro que você quer, por mais que não queira assumir que quer. E por falar em beleza, diga-se de passagem, acho a maior futilidade alguém só pensar nisso. Odeio gente fútil, não tenho paciência para elas. Maquiagem é maravilhosa, nos deixa perfeitas, ou semideusas... Mas não dá tom nem consistência à massa cinzenta que precisa funcionar. E é por isso que estou aqui, porque comi muita pimenta e preciso cuspir fogo, deixar o ácido que está borbulhando aqui sair. Cuidado que ele pode derreter seu monitor. Ah! Adoro que discordem de mim. Imagine como o mundo seria monótono se todos pensassem igual? O que iríamos aprender? Não ia ter ninguém para a gente reciclar. Pense na chatice de um mundo sem conflitos, sem debates, sem paixão! Mas sem guerras, por favor. Para mim, a guerra é a incapacidade de usar as palavras para resolver conflitos. Enfim, como estou escrevendo, preciso de leitores e aqui é o melhor lugar para matar o tempo. Agora já cansei de escrever. Mas, antes de parar, não posso deixar de comentar que fui ver, sozinha, o filme Território Restrito. Valem os 113 minutos numa poltrona desconfortável de cinema. Nada que meia hora esticada com a coluna ereta não resolva. Um conjunto de histórias sobre imigração e preconceitos que se passa no nosso glorioso vizinho nortista, Estados Unidos da América. A brasileira Alice Braga conseguiu um papel de não prostituta em um filme!!! Aliás, ela já não era mais prostituta no longa com Will Smith, Eu sou a lenda. Dessa vez, ela foi promovida a mexicana ilegal. É uma pena que o talento dela só tenha aparecido no início de Território Restrito. Gosto dela, de verdade. Quando penso numa puta em Salvador, não me vem outro rosto senão o dela em Cidade Baixa. Isso é ser boa atriz. Ela conseguiu, para mim, definir melhor seu personagem que o protagonista Harrison Ford, cujo objetivo de existência parece ser, literalmente, ilustrativo: estar na foto do cartaz e atrair público. Insooossoooo. Cansei.
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