domingo, 26 de julho de 2009

CURTINDO UM SÁBADO À NOITE

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite, foi o que proferiu a banda Cidade Negra em uma de suas canções. Quase recuperada de uma gripe pior que a suína, e com muitos convites promissores para a night, optei por ficar em casa vendo um filminho debaixo do cobertor. Estiquei-me no sofá para conferir o piratex adquirido em primeira mão pelo meu irmão: Efeito Borboleta 3. Angustiante. O pior da série. Em seguida, colocamos um filme medieval e eu peguei no sono antes de descobrir quem eram o mocinho e o bandido. A parte boa acaba aqui. Se não quer dividir essa raiva comigo é hora do beijomeliga.

Quando a baba (es)corria solta acordei para tirar a lente de contato. Com todos dormindo, tentei desligar a TV. Só fiz a menção de pegar o controle, pois minha cunha acordou com os olhos do além garantindo que estava assistindo o filme. Ok. Beleza então. Fui para o quarto e fechei a porta. Deitada, no processo de concentração para pegar no sono, me senti em pleno campo de batalha – com uma armadura pesada da porra. Ouvia até as espadas dos atores coadjuvantes. O filme parecia que só tinha trilha sonora de tensão com um grave estourando meu ouvido e mandando meu sono para a putaquepariu. A TV estava alta pra caralhooooooo.

Levantei e quando eu cheguei na sala o filme estava rodando, acreditem, há pelo menos 30 minutos, o menu. Quando ensaiei desligar a TV os zóião do além acordou novamente garantindo que estava vendo o filme de novo. Ok. Então vou diminuir o volume pois não estou conseguindo dormir. Dito isto, voltei para minha caminha diliçosa para aproveitar meu soninho de sábado a noite. Porra nenhuma. Quando o cão tá ocupado ele manda os capetas.

Bastou eu deitar a cabeça no travesseiro para ouvir o caminhão de lixo na entrada da rua. Porque infernos o caminhão de lixo tem que vir justamente uma hora da manhã? Num silêncio tão grande até o peido de uma muriçoca incomoda. Gente, eu moro na ladeira e o fidumaégua do motorista ficou fazendo meia embreagem em frente ao meu prédio até catarem tudoooo! E ainda deixou a merda dele morrer duas vezes! Porra, velho, eu estava com sono e agora estou megamalhumorada!!!

O boteco da esquina fechou e todos os bêbados passaram conversando na frente do prédio. Moro no final da rua e um carro, com um som de trio elétrico, resolveu vir até aqui fazer não sei que porra. Para não voltar de ré ele teve que manobrar, em frente à janela de quem? Gente, a descarga dessa lata velha estava solta e a rua tem carro estacionado dos dois lados. Eu não sei o que me irritou mais, se foi o barulho de motor de carro velho, o trio fora de época (e horário) ou a manobra que não acabava nunca.

Nessa altura da madrugada - as coisas estão acontecendo em tempo real - eu já me estressei o suficiente para mandar o sono para a casa da porra. Olha, baiano fala “porra” demais, não se assustem comigo. Só nesse post já foram umas 5 porrinhas, mas isso não é palavrão feio aqui em Salvador. É como um advérbio de exclamação e você concorda que, diante da situação, eu tenho o direito de exclamar porra pra porra, né?

Moro próximo do aeroporto e, às 2h25 da manhã, o motor de um teco-teco de quinta ganha potência do Airbus A 380, um colosso com capacidade para 800 pessoas, sobrevoando minha cabeça a cada 15 minutos. Como minha casa é rota certa de aviões comerciais, eles passam a cada 15 minutos, cro-no-me-tra-da-men-te.

Olha povo, antes eu tivesse ido curtir minha night, pois agora estou sem sono, sentada na cama, escrevendo enquanto o filhodaputa do segurança está apitando aqui na rua. Pensei que ele só devesse apitar quando acontecesse algo. "Piiiiiiiiiiii, me acudam que eu não tenho arma". Mas nãããããão, ele assopra essa merda para todo mundo acordar e saber que está tudo bem.
Ok. Eu já estou acordada mesmo, então deixa pra lá.

Só que agora também é a hora que algumas pessoas estão chegando das baladinhas então tem abre e fecha portão (nhééééééééc, pooowwwww), conversas de bêbado (vamos tomar mais uma? eu lavo os pratos...), o rádio do taxista (creiam que estou ouvindo), o freio de mão de quem pára (tratratratratatratra), poodle latindo na casa do vizinho (auauauauuuuuuuu) quando o povo sobe as escadas de salto alto (toc-toc-toc-toc-toc), mais carro manobrando (esse sei que é mais novo porque a descarga fez menos barulho), a vizinha de cima parece que caiu da cama (buuummmm), gente que passa na rua discutindo a conta do bar (eu falei que ele tava duro e não ia pagar, eu avisei...). Sonoplastia e tudo...

Eu juro, por todas as porras que falei aqui (afff... agora foi uma moto, passando na outra rua, com aquela descarga que acorda até o capeta), que quando eu sair à noite vou fazer tanto barulho quanto for possível – mentira, não consigo ser assim (burra!). Será que minha audição aguçou por conta da evolução de uma gripe para tuberculose? Eu esperava constatação melhor em um sábado à noite...


sexta-feira, 24 de julho de 2009

FRED X JASON

Eu amo dormir. Adoro acordar com a cara inchada, cheia de marca de lençol, amo babar meu travesseiro [babar na cama dos outros dá uma vergonha feladaputa, na frente do namorado então...], gosto de ficar o dia todo deitada na cama e é muito bom tirar remelinha de manhã em frente ao espelho. Dormir é a terceira coisa que mais gosto de fazer [a primeira é comer e a segunda é meio óbvia]. Tenho vontade de fuzilar quem me acorda. Mas hibernar está virando um ritual na minha vida. Explico.

Presenteada com uma pele mais oleosa que panela de moqueca e neurótica que sou, tenho empenhado meus todos meus esforços em acabar com isso. A dermatologista me indicou um tratamento a base de tretinoína a 0,5%, um ácido fortinho. Agora, por exemplo, deveria estar dormindo, mas quando penso no ritual vou demorando, enrolando...


O primeiro passo é prender a juba para não grudar no creme. É para derreter a cara e não o cabelo. A segunda etapa é lavar o rosto com aquele sabonete ultra-limpante que deixa a pele esticada igual a de Ana Maria Braga. Em seguida tenho que esperar secar total, pois se eu passar a toalha de qualquer jeito minha cara vai junto. Depois ainda tenho que deixar a pele respirar um pouco, afinal, ela vai ter o que merece por ser tão retada. E, por fim, posso espalhar, com delicadeza, o gel siliconado [se passar forte pode irritar a cara e piora tudo]. Acabou? Nada, dou um tempo para secar direitinho e depois [ufa!] posso deitar.

Para estragar um dos únicos prazeres gratuitos que tenho, dormir, ainda fico com medo do creme sair todo no travesseiro ou de minha cabeleira dar um grito de liberdade e acabo dormindo com o pescoço meio duro. Amostra grátis do tratamento? Sim, uma torcicolo a cada semana.

Acabei de prender o cabelo. Agora esperem um minuto que vou lavar o rosto... 1...2..3..4..5...10.987.765. Tenham paciência leitores! Lavar a fuça não é como esfregar calça jeans. Se eu pudesse passar o escovão bem que facilitaria, né? Mas não, tem que limpar as mãos para aproveitar melhor a espuma do sabonete caríssimo. Espumou? Agora massageia a face por um minuto e trinta segundos [conselho de Alê] para limpar os poros direitinho.

Agora que voltei pro computer vou secando devagazinho. Enquanto isso você vai me aturando por aqui. Me faz essa companhia, por favor, pois ainda falta um bocado de etapas. De dia, para não lavar o rosto mil vezes, estou usando uns lencinhos que chupam o azeite de dendê além de um bloqueador solar. Mas peraí que agora a cara respirou e chegou a hora mais delicada: espalhar o gel sem deixar nem um tiquinho cair no canto do nariz, da boca nem nos zóio, se não, em vez de limpar a pele, eu ganho um bocado de creca na cara. Volto já... [Sugestão: vcs podem ficar cantando boi da cara preta para meu sono ir chegando :) ...]

Uuuuuuiiiiiiiieeeeeee! Gente. Começa pinicando a cara, a pinicação vira um ardor leve, que se transforma numa coceirinha chata à qual eu tento resistir. Não pode coçar, né? Se eu ceder a essa deliciosa tentação vou virar Fred Krueguer de tanta ferida e ainda vou ter que usar a máscara de
Jason Voorhees, do filme “Sexta-feira 13”. Definitivamente, o bom senso me obriga a amarrar as mãos.

Agora, que já fiz tudo que a médica mandou, o sono foi pro espaço. Isso é justo? Não adianta contar carneirinhos, olhar para o teto, ouvir música, nada. Só me resta ficar alugando vocês aqui até a vista cansar e meu lado urso polar hibernar. Boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de careta, ou será da cara de frigideira? Música macabra. Troca. Nana nenê, que a cuca vai pegar... Afff! Pára. Desse jeito vou ter é pesadelo. Como o olho começou a arder de sono, posso colocar um filme para ensaiar um sonho bom... Me manda uma sugestão? Tô esperando, creia.


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P.S.: Pode ir que agora eu já estou no nível da baba...

terça-feira, 21 de julho de 2009

LAXANTE GRIPAL

Dói as costas, as pernas, o pescoço, os braços e as articulações dos dedos, por isso demorei de postar. Ainda tem a maldita corise, a febre, a moleza além da natural baiana, os espirros, a tosse que arranca pedaços vultosos dos meus pulmões e o maldito preconceito contra a gripe suína. Pois é. As pessoas que foram contaminadas com o H1N1 têm razão em reclamar de preconceito. Agora entendo o quanto é verdade. Não precisa fechar a página, pois esse vírus não se pega pela Internet, e eu não contraí a gripe dos 3 porquinhos, mas tenta fazer acreditar nisso os velhinhos que me viram na fila do banco botando os bofes pra fora de tanto tossir! Além de bizarro, foi hilário.

Todas as pessoas que conheço, que viajaram para o exterior, juram de pés juntos, e sem tossir, que lá fora não está esse estardalhaço todo em torno dessa variação da gripe. Não sei. Por enquanto, no Brasil, a dengue, a meningite e o trânsito me preocupam mais. Mas vamos às minhas malditas tosses.

Na segunda à tarde, fui pagar a taxa de inscrição no mestrado. Prefiro ir ao banco no horário perto de encerrar, pois os caixas agilizam tudo para irem embora logo. Eram 4 guichês. Um quebrou, um fechou, outro ficou atendendo normal e o outro preferencial – leia-se, gestantes e idosos.

Minha tosse é, e sempre foi, daquelas que começam fracas, vão emendando uma na outra até culminar numa tossona putaquepariu que parece que vou vomitar. Se não beber água fico nessa aí até voar um pedaço do pulmão na cara de algum zoiudo. Que ecaaaaa!!! Nesta tarde, tinham bem uns 15 idosos na fila de atendimento.

Nas primeiras vezes, eu tossia e respirava fundo, tentando controlar a situação, mas o cara da frente ficava me olhando por cima dos óculos de enxergar longe. Eu tossia e ele olhava de novo. Por mais que eu tenha sido educada e colocado a mão na boca, ele me olhou de cima a baixo umas 10 vezes, pelo menos. Aquilo começou a me incomodar e fui tentando segurar [respira, respira, respira, respiraaaaa porraaaaaaa], mas aí chegou uma hora que o cof cof cof saiu involuntário, foi piorando, piorando e quando comecei a botar os respirantes pra fora os velhinhos começaram a se afastar. Daí é que comecei a entender que todos estavam com medo de minha gripe.

Eu já tinha uns 50 minutos na fila quando meu celular tocou. Me deu uma vontade mais que louca de simular uma conversa dizendo que tinha acabado de desembarcar da Argentina, etc. e tals. Pagava pra ver se todos não iam dar uma carreira e eu seria atendida num minuto. Se todo mundo viu que eu estava passando mal de tanto tossir, e esboçavam uma cara de pânico, porque infernos ninguém pediu para eu ser atendida logo ou me ofereceu um copo com água? Tossi, tossi, tossi e deixei todos os velhinhos com a pulga, de porco, atrás da orelha. “Será que eu peguei a gripe daquela moça?”. Na primeira tosse eles vão ao hospital, se já não foram.

Assim que entreguei a documentação na faculdade fui ao médico. Esperei mais 2 horas para ser atendida. Que ódio. Você acha que a tosse passou? Nada... Mas dessa vez as pessoas que estavam do meu lado nem deram uma disfarçada. Se mandaram mesmo. Pelo menos ganhei lugar para colocar a bolsa. Vocês acreditam que tinha gente em pé, mas não sentava do meu lado? Minha tosse deve estar muito feia mesmo...

Hoje tomei vergonha na cara e comprei umas vitaminas e pastilhas para tosse. Até às 16h eu tinha chupado 20 para enrolar a tosse, mas minhas amigas me alertaram que essas balinhas são péssimas para o estômago. Já devo estar de úlcera... Minha barriga já está doendo de tanto tossir, mas nada é mais traumatizante que as pessoas se afastarem de você com tanto medo. Sempre que o clima muda um pouco fico gripada e dessa vez não foi diferente. Agora, quando for tossir, só de sacanagem, vou imitar um porquinho tossindo: coinc, coinc, coinc.


Pesquisando figuras para ilustrar aqui ainda achei uma piadinha que pode ser a solução para os meus problemas:

O farmacêutico entra na sua farmácia e nota um homem petrificado, com os olhos esbugalhados, mão na boca, encostado em uma das paredes. Ele pergunta para o auxiliar:
- Que significa isto. Quem é a pessoa que está encostado naquela parede?
- Ah! É um cliente. Ele queria comprar remédio para tosse. Como está caro e ele não tem dinheiro, vendi para ele um laxante.
- Ficou maluco! Desde quando laxante é bom para tosse?!
- É excelente. Veja o medo que ele tem de tossir!

terça-feira, 14 de julho de 2009

BEBÊ A VISTA!

Hoje confirmamos que vou ser titia de novo. É a quarta vez, sendo 2 meninos e 2 meninas. Como uma outra menina adotei como filha nem contabilizo aí. Minha cunha está com 4 semanas. Meu irmão já está fazendo bolão com o sexo – eu mereço! Lembrei de quando minha irmã mais velha estava grávida. Foram meses de pânico para mim.

Sempre fui apaixonada por crianças. Acho até que tenho cara de demente, pois todas que me olham interagem, sorriem, me dão a mão. Eu amo, desde que possa devolver assim que começarem a berrar – tem coisa mais estridente que choro de criança? Quando soube que a primogênita estava grávida pulei de alegria. “Vai ter um bebê aqui em casaaaaaa”. Como sempre fui uma pessoa calma e pacífica, eu e a chatinha estávamos brigadas (nem fui no casamento dela) e não troquei uma palavra com a futura mamãe durante os 9 meses que sofri de coceira na mão. Era uma tormenta chegar em casa, vê-la com o barrigão e não poder apertar. É uma delícia apalpar barriga de grávida e tentar adivinhar que parte do bebê é aquela (eu não sou má).

Um belíssimo dia, cheguei em casa e painho me deu a notícia: “O bebê nasceu!”. Pronto. Minha gastrite atacou, passei a noite sem dormir e fiquei mais histérica que nunca. O motivo era perceptível: eu não ia poder carregar o baby. Como não tinha quem ir buscar a criança na maternidade, ele me arrastou. Cara de pau total. Quando entrei no quarto nem olhei pra cara dela, voei em cima da criança parecendo uma louca e ninguém conseguia arrancar ele de mim. Nazaré Tedesco encarnou.

Ele era horrível (toda criança recém nascida tem cara de joelho). Grandão, magrão, pescoção e morto de fome. Chupava até meu nariz quando eu ia cheirá-lo. Alê não teve leite, então demos logo daqueles de lata. O guri tomava uma megamaster mamadeira a cada duas horas e fazia cáca – leia-se cocô - nos intervalos. Era uma fábrica de pumpum. Nesse meio tempo eu e ela já éramos melhor amigas de novo e tudo que ia fazer precisava de minha ajuda. Até na hora da mamada noturna era eu quem levantava. Aliás, o nenê dormia no meu quarto – eu me apossei dele totalmente hahaha.

Quando Dílan – esse é nome do meu baby lindo que já tem 12 anos – completou 3 meses, o pai resolveu levar para a outra parte da família do interior conhecer. É lógico que a tia intrometida e tirada a mãezona colou, pra sorte da criança. Neurótica que sou, dei uma mamada na saída de casa, levei outra pronta e mais uma garrafa térmica com água quente. Resultado: saímos de casa umas 19h, pegamos a estrada errada, entramos na contra-mão na frente de uma carreta e faltou gasolina no meio do nada. Se não fosse a tia neurastênica aqui a criança teria morrido de fome.

Quando o segundo sobrinho nasceu eu morava longe e só via o guri de tempos em tempos. Ele era fein fein. Parecia o E.T. de Varginha. Quando tinha uns 2 anos eu voltei a morar com meus pais, mas não me conformava de a criança só falar ham-hum-hamham- humhum. A gente entendia tudo, mas ele só se comunicava assim. Faltava eu pra desenrolar aquela língua. Comecei a levar ele para a minha casa e ficar ensaiando um diálogo, mas ele era diferente. Nasceu com cara de terrorista. Hoje, aos 10 anos, não mudou. O sorriso dele é lindo, mas já denuncia um terremoto.

Um dia, peguei no sono e ele ficou brincando na sala, bem frente ao sofá. Quando acordei, Erick – o sobrinho endiabrado – tinha retirado todas as louças e colocado no chão para se esconder dentro da estante. Meu terror tão grande e ele com os dentinhos cerrados, olhinhos apertados, dando uma risada de capetinha – hihihihihihihihihi. Uma vez o salva vidas do clube teve que chamar a atenção de minha irmã, pois ele chegava na parte mais funda da piscina e gritava: “Madeiraaaaaaa”, e, em sequência, pulava. Ele não tinha nem 5 anos!

As duas sobrinhas moram longe e eu pouco tenho contato, mas guardo lembrança de como são choronas. Eu era assim também. E agora fico pensando que vou passar por tudo de novo. Criança chorando de noite, fraldas descartáveis por todos os lados, coloca pra arrotar, tem que esperar o umbigo cair, todo mundo em cima, etc e tals. É mais um para eu levar no shopping, dar presente de aniversário, natal, ovo de páscoa, dia das crianças. Céus!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

NOSSA SRA. DO BALACOBACO

Trabalho, trabalho e trabalho. Hoje, domingão à tarde, fui gravar uma matéria em uma festa de pagode. Não pessoas. Não pensem: “Que legaaaaaalllll!!!” Não se trata do pagodinho carioca ou paulista, aquele romântico para casais. É o pagodão da Bahia mesmooooo. Lembra do segura o tchan de Carla Peres? Virou elite perto do que temos hoje por aqui. O vídeo que vocês verão a seguir não é uma regra dos pagodes, ele extrapolou as “normalidades” e o fato – bizarro - provocou a demissão da escola em que essa moça dava aula.


Não vou nem gastar minhas palavras com esse vídeo, pois as imagens não precisam de complemento.

Semana passada fui ao show de Ivete aqui em Salvador. Tenho pavor a multidão, mas como ela cantar na terrinha é uma raridade, e eu ganhei as entradas do camarote, resolvi levar os amigos. Para garantir a diversão, convidei um mineiro que acabou de vir morar na cidade. A primeira festa é sempre uma grande surpresa. As micaretas pelo Brasil a fora são boas demais, só rola gente bonita, mas é que as festas de axé em Salvador têm algo que não tem em nenhum outro lugar do mundo: o calor humano e a pouca roupa das mulheres baianas. A temperatura da cidade é inversamente proporcional à quantidade de roupa das mulheres. É quase uma lei da física.

Quando cheguei na festa o mineiro estava pra lá de Bagdá. Ele já misturava o “oxente” baiano com o “nooooosssaaaaa” dos mineiros. Saía um “Noooooxente”. Ele nem conseguia falar nada, só acompanhava as moçoilas com os olhos. Primeiro que o rapaz nem acreditou que eu estava dando a entrada do camarote a ele. Tadinho. E depois de umas doses ele encarnou São Jorge e enfrentou uns dragões. Eu quase fui segurar o moço, pois os veteranos não podem permitir tais atrocidades aos calouros. Mas ele tava com cara de quem tava gostando tanto que eu fiz vista grossa. “Uma vez não morre não...”, hehehehehe.

Sempe fui rock and roll até a alma. Mas, depois que comecei a trabalhar em televisão, tomei umas doses cavalares de injeção de tolerância e passei a admirar, e me divertir, com o que os baianos fazem de melhor: festas. Nunca gostei muito de pagode, mas nesse dia liberei geral (leia-se, dancei dentro dos limites da normalidade). O importante é ser feliz. Meu trauma é que quando o povo começa a quebrar (dançar pagode) parece que estão tendo uma crise de epilepsia ou que entraram em algum transe religioso.

Não sei como eles agüentam mexer o quadril por tanto tempo. A base de tudo é o remelexo das ancas. Depois de uma hora dançando Psirico (aquele da música Toda Boa...) eu parecia que tinha sido atropelada por um trator. Fui sentar mancando, com uma dor filadamãe na bacia, mas gostei. Me diverti muito com meus amigos.

Hoje a história era completamente diferente. Eram umas 60 mil pessoas de camisas coloridas. As blusas tinham todo tipo de customização que vocês possam imaginar, desde as bem produzidas até as mais bregas. Foi o metro quadrado mais feio de todos os tempos. Se Bin Laden descobrisse que o povo daqui dança daquele jeito ele ia nomear os baianos como os inimigos número um de Alah. Gentem!!! Não acho que a dança do pagode é baixaria. O problema está em como as pessoas o fazem.

Começa uma esfregação geral de tal ordem, que todos parecem dançar num único frenesi. Os passos da dança começam a reproduzir os movimentos do ato sexual e os rapazes acham que podem apalpar tantas nádegas quanto for possível.

Para mostrar, de fato, como foi o evento, tive que ir gravar uma entrevista com populares e me arrisquei na pista, e sem seguranças. Ô arrependimento! A pessoa estuda 4 anos, se esforça para se manter no mestrado, tem o diploma jogado no lixo e ainda vai tomar dedada em uma festa de camisa colorida. Pelamor do balacobaco!!!!

Ainda não tenho vídeo da festa de hoje, mas em breve postarei alguma coisa. Esse vídeo aí em baixo é do DVD de uma banda chamada Parangolé. O som, para quem gosta, é bom, mas, repito, o problema está em como as pessoas encaram o que é diversão. O vocalista dessa banda é uma fofura de pessoa e merece todo meu apreço.



O gostoso é até em baixo?




E o Tchuco? É gostoso?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ATUALIZAÇÃO DE SOFTWARE JÁ!

Voltar às atividades obrigatórias depois de um megaferiadão de São João não é fácil, imagina só às tarefas voluntárias, como o blog? Pois é. Mas escrever é um vício, uma compulsão e se eu não o fizer logo começo a ficar tan-tan mesmo. A tremedeira nos dedos voltou hoje, pois tenho que fechar um roteiro para gravar uma matéria interessante e com um certo toque de humor. Recebi a seguinte missão: falar sobre os 10 mandamentos.

De início pensei que era impossível dar um toque de humor às 10 regras que Deus entregou esculpidas em uma pedra a Moisés [vocês lembravam disso? Eu não]. Mas, como manda o ofício, fui pesquisar os dizeres divinos para dar o primeiro passo. São eles:

1 - Não terás outros deuses diante de mim. [Quem nasceu em terras politeístas está com um grande problema, pois já veio ao mundo com o pé no inferno. Se negar os Deuses de seus povos também vai ser castigado. O que fazer nessa situação?]

2 - Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. [Todos os seguidores dos santos católicos e orixás vão pro inferno. Em resumo: a Bahia está ferrada.]

3 - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão. [Alguma vez você falou: “Deus lhe pague”? Está com um sério problema...]

4 - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. [Todo o mundo capitalista vai para o inferno.]

5 - Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra. [Isso conta a partir de quantos anos?]

6 - Não matarás. [O quê? Formiga, barata e arrancar flor do pé conta?]

7 - Não adulterarás. [Xiiiiiiii... F... Não jeito, manda abrir outro inferno.]

8 - Não furtarás. [Conta quem chupou doce das Lojas Americanas? Qual será o lugar para banqueiro e político?]

9 - Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. [Alguém NUNCA mentiu? Nunca disse: “Estou pronta em 5 minutos”, mesmo sabendo que ia levar meia hora? A mentira mais clássica dos vendedores: “Essa roupa está linda em você!". Perdeu...]

10 - Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. [Não pode nem olhar para o ator casado da novela? E se sonhar com ele? Afffff!!! Meu ingresso tá garantido!]

Gente. Parece brincadeira, mas tenho duas coisas sérias para administrar. A primeira, e mais urgente, é pensar num roteiro que misture dramaturgia e realidade sem ser agressivo a nenhuma crença (estou aceitando sugestões, mas gravo na quinta). Isso é primordial. Jamais levaria ao ar qualquer coisa que pudesse ofender uma pessoa, quanto mais uma crença. Acredito em Deus, Moisés, Abraão, Cristo, Maomé. Respeito tudo e, inclusive, meus projetos de mestrado envolvem religião. Quando a matéria estiver pronta vou postar aqui para vocês verem.

Mas... O que me preocupa nesse momento é: vai sobrar vaga no céu!!! Quando eu era criança tinha horror da idéia de que poderia ir para o inferno. Mas, analisando friamente essas regras, tem como não ir? Vão ter que criar áreas extras lá em baixo. Quem cometeu o pecado número X vai para tal lugar, quem não respeitou o mandamento Y e Z segue para a ala tal...

Será que é lícito alegar para o meu chefe que não posso trabalhar sábado para não ir pro inferno? Vivo numa sociedade que segue a Sagrada Bíblia, então tenho mais é que tentar me adequar às regras! Ai minha Santa Bárbara, será que ainda tenho jeito? Santa? E quem disse que podemos ter santos? Pega a senha... Ai meu Deus, como pode o Reinaldo Gianecchini ser tão lindo? Ops!!!! Violei dois mandamentos de uma vez só. Falei um nome em vão e cobicei o marido da outra. [Ele é solteiro agora, mas na época que o Brasil inteiro queria tirar uma lasquinha o homem era casadíssimo]. Será que temos jeito? Não rola uma atualização de software?



P.S.: Ainda não publiquei os selinhos nem me atualizei na leitura de blogs. Farei isso amanhã, tá? Bjins e bom dia!